Hoje assisti, entre aspas, à esse filme. Digo entre aspas pois preferi, durante a maior parte dele, pela zizizizilionézima vez o clássico: Os fantasmas se divertem.
Como diria Valdi, a 'sínopsis' do filme é sobre uma órfã (Brigitte Bardot) mal vista, pela pequena localidade na França, devido a seu comportamento liberto e desejada pelos homens. Sente-se atraída por um homem, mas casa-se com o irmão dele.
Enredo pareceu-me meio fraco, "narrada" do ponto de vista masculino, ela é vista como uma mulher avassaladora, um furacão que destrói a vida de qualquer homem.
O apresentador do programa do canal Arte (que exibiu o filme) já nos havia advertido que "o forte do filme não era seu enredo" e que "prestássemos atenção no modo como o diretor enfoca Bardot". Fiquei curiosa com esse aspecto e resolvi vê-lo.
Houve momentos em que me irritou o modo como a câmera tremia discretamente ao tentar gravar continuidade de movimento (acredito que nesse tempo-1956- ainda não havia aqueles carrinhos para fazer 'Travelling').
Mas, de fato, é impressionante o modo como ele flagra Brigitte. Uma mulher liberta, com movimentos fluidos, parece sempre estar dançando. Também capta-se uma certa ingenuidade em seu rosto, como se não tivesse dimensão de sua própria graça, e, sensualidade a ela fosse algo tão natural quanto sua respiração. Um quê de Gabriela de Jorge Amado (ou vice-versa?).
Ela está belíssima nesse filme. Parece um enorme clichê falar da beleza da atriz. Também pensava assim, até ver as cenas do filme. O movimento do corpo, o balanço dos- enormes - quadris, um brilho nos gestos. Ela realmente parece dançar!
Ponto alto do filme (das cenas que vi hehe) a dança final, em que ela parece 'exorcizar' seus demônios ao som de um bom mambo (no filme eles chamam salsa). Abaixo fica aí a fotinha da cena que falei.
Bom, posso não ter sido totalmente fiel com minha descrição, uma vez que não vi o filme por completo. Mas foi, exatamente, essa sensação que tive nos momentos em que assisti. Talvez (re)assista a ele outro dia. Ou não.