domingo, 18 de agosto de 2013

Há tanto tempo....

e há tão pouco tempo!

Esse blog estava imensamente abandonado (a última vez que pus algo por aqui foi em 2010) e tantos acontecimentos existiram desde então. 

Escrevi um texto- ano passado, acho- com objetivo de escrevê-lo aqui. Fiz o texto inteiro, e era enorme!, mas estava sem acesso a internet (não me lembro bem, acho que estava sem computador- ah, lembrei, o teclado estava quebrado), modo que acabei escrevendo em uma folha de papel. Mas perdi-o. Lembrei do trecho de Amália Rodrigues, "Tive um coração, perdi-o Ai quem mo dera encontrar". Ai quem mo dera encontrar também, o texto, não o coração. Meu coração está bem aqui, ritmo regular em dois tempos, BNF, sem sopros, só saudade. 

Engraçado que, pelo que me lembro daquele texto, era uma grande atualização para o blog, mas, tão desatualizado em comparação com a minha vida.
  
Voltando agora ao espaço do seríamos sísifos, sinto que devia contá-lo em que situação me encontro. Aqui era um velho conhecido no qual despejava idéias 'nada a ver' sobre temas que pensava naquele determinado espaço de tempo. Com certeza minha escrita deve ter mudado (ai, espero que sim!). Uma coisa de que tenho certeza é que não escrevo mais a palavra 'postagem'. Não queria utilizar o estrangeirismo 'post', mas o fato é que hoje acho essa palavra meio cafona. Quando reli  o que havia escrito (um outro dia, hoje eu nem li) tive imensa vontade de corrigir o que escrevi e, até mesmo apagar o POST. Mas aí nem fiz nada. Atribuo a ação, naquele tempo, à inércia -deixa isso aí, ninguém nem olha esse blog mesmo. Hoje não teria coragem de modificar, faz parte do meu passado, por mais que me envergonhe (tipo as fotos dançado spice girls e chiquititas- aliás, onde estão essas fotos mesmo?).

Aproveitando exatamente que esse blog não é visitado posso ficar livre para escrevê-lo da maneira mais anárquica. Parecendo que estou falando sozinha -o que, aliás, também tenho feito. 

Atualizar-te-ei, então, amigo sísifos, sobre minha vida. Não que você esteja interessado em saber, mas sinto-me com uma espécie de obrigação moral com você "como assim volta a escrever nesse negócio, assim do nada e nem diz porque voltou ou o por quê de ter passado tando tempo fora!!!". 

Formei-me em 2011, no final do ano. Houve festa, missa, descerramento da placa, aula da saudade (evento que mais gostei), festa somente com a turma (não fui a essa). No baile, tive medo de cair do palco (ainda não perdi o medo de altura, nem do escuro), Gabi deu-me uísque no 'backstage' (odeio uísque, mas fui 'convencida' a tomar). A dose não me anestesiou e, todo o momento que estive no palco, pensei que ia cair (a paranoia continua). A música que escolhi para tocar foi "A montanha" de Engenheiros do Hawai. Acho que teve a ver. Contemplação do futuro mas com certo receio e reconhecimento de que aquela etapa estava sendo cumprida.  

Nem falei do período do internato. Hoje parece-me distante, coisa de décadas. Sofri demais com a história de vida das pessoas, meu excesso de responsabilidade e as terríveis somatizações que experimentei. Quase desmaiei no meio da rua porque perdi um plantão. Envelheci sem saúde durante os dois anos, disso eu tenho certeza. Mas, também, aprendi mais que em qualquer outro período da faculdade. Amadureci também. Espero que a residência me traga o que o internato me trouxe de bom, sem tantos sofrimentos. 
    
É, ainda não fiz residência. Duas provas passaram, desde que me formei. Não fiz nenhuma delas. Faltou-me coragem. Não havia estudado direito, o pai adoeceu, estudei menos ainda. Estava quase pensando em fazer a mesma coisa. Covardia, Medronismo, isso ainda não mudou em mim. 

Falando assim parece que nada bom aconteceu em minha vida. Não é verdade. Há coisas boas que seguem.

Fui trabalhar em São Benedito. Fiquei angustiada ao final da graduação. Estava no auge do 3º D da medicina (como diria o dr Fábio)- desespero. Como isso pode ser uma notícia boa? Afff, calma lá, conto já a história. Formada e voltando para a casa dos pais. Fazendo o movimento inverso. Achava aquilo ultrajante para mim mesma. Eu deveria ter minha própria casa, começar minha vida. Ser adulta. 

Bom, não fui, totalmente. Comecei a trabalhar, e, por sorte, as pessoas gostam do meu trabalho. Talvez por que as deixe falar (uma característica que sei mesmo que tenho: saber escutar as pessoas). Trabalhei, em 2011, no posto do bairro da Vila Franco e no CAPS.

Atualmente continuo em São Bené, agora no PSF do Centro de Saúde. Não mais no CAPS, nem na Vila Franco/Chora/Cachoeira/Campo de Pouso/Miranda. Ah, também faço atendimento na cadeia pública (faz parte do território da minha nova área)- dá um post só sobre isso.

Com meu salário e sem muitos gastos, coloquei-me em outro patamar no que se refere a aproveitar a vida. Fomos a pousadas; restaurantes diferentes (Vilinha, Don pepe- nem existe mais-, La Paella, Lautrec, Lô, Sherlock, etc); viagens! (São Paulo- conheci a sede nac e a da Li, Guaramiranga...hum, acho que só. Nossa, viajamos pouco!); e livros. Sim, livros! Cresceu exponencialmente a quantidade de livros adquirido (engraçado utilizar essa palavra 'exponencial' como representação de um acréscimo impossível de numerar, quando, realmente, desde o período do colégio, esse conceito matemático nunca foi compreendido bem por minha parte. E viva as promoções relâmpago das livrarias e editoras! Tive a oportunidade de, graças às compras motivadas pelas promoções, conhecer autores impressionantes, sobretudo, a oportunidade de conhecer a literatura em língua Portuguesa. Fica aqui a promessa de escrever, futuramente, publicações sobre livros e autores, em especial, Valter Hugo Mãe e João Tordo, que já virei fã de carteirinha dos dois. Comprei perfumes e roupas novas (afinal, os passeios gastronômicos tem implicações objetivas na minha constituição física).  Comprei também um Icoisa (computador de mão da apple sem muita utilidade prática) e deixo aqui mais outra promessa de escrever sobre as fases do luto que passei ao adquirir um produto com a marca da maçã mordida (nem a fruta inteira eles tem coragem de dar). 

Tive a possibilidade de ajudar quem precisou, sustentar parte da casa quando o pai esteve no hospital (ano passado e esse ano); fui a casamentos: Hildinha e Fernando; Camila e Fernando (ela está grávida); Jardi e Samuel (estão passeando em NY- outro fato curioso: ela me perguntou o que eu queria que ela trouxesse de lá e, até agora, estou pasmada com a minha inabilidade em imaginar o que poderia ter em NY que eu preciso ou queria comprar mais barato. Não sei, quando ela falou que iria viajar, imaginei somente aquele 'centro' -não me lembro do nome- que tem muitos prédios, luzes, propaganda, onde ficava o WTC- abreviado porque ninguém merece escrever todo aquele nome- que nem vontade tenho de conhecer. Imagina a lotação. Imaginei também a Broadway, que também não tenho vontade de conhecer- eita, mas tá chata hoje, tá é com inveja da viagem alheia. Pensei também nos museus. Esses eu queria ver.); Natália e Hélder. Muitos casamentos.

O Flávi casou e o fato teve grande impacto nas nossas vidas, do quarteto. Foi para SP ser padrasto de 3 crianças saídas de algum seriado da tv. Está agora mais adaptado, fazendo residência em saúde mental e feliz.

Juliet se formou! Depois de muita peleja, malabarismos nos últimos meses de internato e até eletivo em sb, deu certo. O trabalho começa em setembro, em Fortaleza, que sorte. Passou dois meses em férias de vida real. Boa sorte a ela.

Davilinder saiu da casa dos pais (saiu no período em que eu escrevia por aqui) e já voltou para ela. Namorou e desnamorou um sem número de vezes. Está novamente se consumindo com trabalho e postergando a monografia. 

Tive mais contato social, nesses últimos meses, saí com pessoas que nem imaginava. Algo que realmente tem me espantado, e, certo modo, causado orgulho. Além de consolidando/construindo amizades. Devo ter ido a praia umas 3 ou 4 vezes nesses dois últimos anos (!), até banho de mar teve!

Saí e entrei no p. Gostaria de escrever sobre isso, mas não vou. Talvez algum dia.

Continuo fã de Smiths, Joy Division. Fomos ao show do A-ha (devia ter escrito uma publicação à época, perdi muitos dos elementos de análise da noite); fomos ao show do Paul McCartney (também devia ter escrito). Por acasos descobri Clube da esquina, Grande encontro (Zé Ramalho, Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo), Foster the people, Florence + the Machine, Kate Bush, Led Zeppelin, Governo (com os vocais de Valter Hugo Mãe!). Descobri há dois dias a fase psicodélica de Ronnie Von. Merece uma publicação musical ser escrita. 
      
Enfim, texto imenso, sem fotografia, vídeo. Só texto e chatice. Queria escrever mais. Ah, nem contei: iniciei duas histórias em paralelo e tenho duas em mente. No momento, estão paradas. Ainda não sei se serão contos ou novelas. Não sei.

Preciso ir dormir, o relógio do computador marca 1:25 e amanhã tem pré-natal! Bocejar na frente das grávidas fica feio, não acha? Deixo aqui as promessas de novos textos para esse blog. Tanta coisa listei, talvez mais que a soma de todas as outras publicações anteriores. Prometo também mudar esse rosa pavoroso desse lugar. Não vou tirar hoje pois não pensei em outra proposta. Fica pela inércia. 

Até,

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