quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

invasões bárbaras


bom, começando pela terça-feira, em que assistimos ao filme invãsões bárbaras. Muito embora tenha discordâncias do filme quanto as lições, aspectos técnicos, entre outros, não há como negar os muitos debates que ele suscita.

Algo que me marcou muito durante todo o tempo em que vi o filme, foi a maneira como Denys Arcand nos leva a pensar que tudo que acreditamos vai se desconstruindo, e como não existem perspectivas de esperança para o nosso século. Discordo muito dessa abordagem, pois acredito na mudança dos paradigmas a que estamos submetidos, atualmente. Lembrei-me diretamente do alemão "adeus Lenin", sendo que diferentemente do último que toca em tom de tristeza (evidenciado no discurso final) invasões fala sobre o tema como se a queda das ideologias fosse algo natural, cabendo aos anacrônicos a manutenção desses ideais, devendo ser citado apenas como boa lembrança de juventude, sem perceber que existe toda uma ideologia por trás que nos leva a acreditar no "fim da história/capitalismo venceu".

Enfim, nem ao menos citei a palavra medicina ou relação-médico paciente nesse post... no entanto, olhos mais espertos (ou mais abstrativos) podem perceber que nesse, dá licença- Huxley, "admirável mundo novo" que o modo como uma sociedade se organiza e forma suas mentes influencia em todas as esferas das relações entre as pessoas.

Para exemplificar, remeto a discussão da quarta-feira:

após lembrarem a cena em que o médico troca o nome do Rémy, as pessoas começam a retratar momentos ruins que vivenciaram em estágios. A profa Fátima, tentou inscitá-los a a se organizar pra evitar que absurdos continuem acontecendo. No entanto, os estudantes rebateram que existe uma hierarquia posta que os estagiários tem menos direitos que os médicos, e que, apesar de injusta, não se pode mudar. Fazendo da aula, o lugar para depositar as amarguras, e depois do momento catarse, todos voltariam a sua condição de opressão subalterna aos médicos so serviço.

bom, no que tange a esse aspecto, prefiro discordar do filme e da ideologia disseminada na atualidade. Lembrei-me agora, falando nisso, do texto do Marco Aurélio da Ros: "a ideologia nos cursos de medicina" que gostaria de citar algumas partes, no entanto, o impresso dei ao prof Ursino e meu computador está com sérios problemas para "ler" pdf (Aaaaaa!onde está o software livre?!). Assim que conseguir o texto novamente passo pelo post e cito.

5 comentários:

ARTE e LITERATURA - Humanidades Médicas disse...

Comentários bastante inteligentes e pertinentes. Bom saber que existem pessoas questionadoras como vc.Com tudo isso aqui escrito, todas essas reflexões, nós teríamos com certeza tido um debate mais acalorado ainda sobre os temas abordaos no filme.
Muito bom ter vc no móodulo. Parabéns e continue leitora de gdes obras e gdes autores. Vc vai longe.
Abs
Pro. Fátima

Anônimo disse...

graça, tem o texto sobre a ideologia nos cursos de medicina na caderno de textos do seminário de barbalha, viu?

beijo

Maria das Graças Matos disse...

Eu sei, beibe, que tem o texto no caderno de textos, mas, na bagunça da minha vida, digo, casa vou encontrá-lo?!

Maria das Graças Matos disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

ahhhhhh tem o orááááculo!
(e as piadas internas tambééém!)

\o/